14 de agosto de 2015

Breve comentário sobre a conjuntura

Por Marcelo Barbosa 

Tenho acompanhado as postagens a respeito do atual quadro político enviadas por alguns companheiros. Gostaria de dar meus palpites, também:

1- Creio que a conjuntura perdeu parte dos elementos de tensão que vinha exibindo desde o início do ano. O espaço para soluções extralegais, como o impeachment, se estreitou. O que me parece positivo.

2- Em boa parte, a redução da margem de manobra dos golpistas se deve à atitude do governo do PT e de seus aliados de não permitir o estreitamento das suas bases de aliança, o que vem permitindo disputar o PMDB com o deputado Cunha.

3- De mais a mais, as movimentações para a formação de uma grande frente progressista e da organização do ato do dia 20 de agosto sinalizaram a disposição do sindicalismo e dos movimentos sociais de defenderem a legalidade democrática e os direitos coletivos. 

4- A persistência do clima de instabilidade política também começou a prejudicar os interesses do empresariado que necessita de regras claras para encaminhar o processo de acumulação de capital.

5- Enfim, nada está ganho e nada está perdido. Apenas novos problemas se apresentam: agora, em vez da agredir as instituições democráticas, a representação política do grande capital vai tentar desvirtuá-las, principalmente através da pressão sobre o congresso. A agenda proposta pelo senador Renan já anuncia esta nova atitude. É de se esperar também alguma movimentação extra nos trabalhos da operação lava-jato.

6- Salvo equívoco, nossa tática deveria permanecer a mesma: a luta, em todos os níveis, pela legalidade democrática e por uma uma nova agenda econômica de caráter não recessivo.

Marcelo Barbosa é advogado, doutor em Literatura Comparada pela UERJ e diretor-coordenador do Instituto Casa Grande e autor, entre outros, de A Nação se concebe por ciência e arte – três momentos do ensaio de interpretação do Brasil no século XIX




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