Por Adilson
Luiz Gonçalves
O Brasil
gastou quase R$ 21 bilhões, em 2011, para tratar de doenças relacionadas ao
consumo de tabaco!
Consta que o
fumo é causa de 82% dos casos de câncer de pulmão; 83%, dos de laringe; 13%,
dos do colo do útero, e 17%, de leucemia mieloide.
A tributação
sobre o tabaco não cobriria apenas 30% dessa “remediação” bilionária!
Mas, como
vai a prevenção?
No Brasil, a
publicidade é proibida e os malefícios do fumo são informados nas embalagens,
com fotos dramáticas.
Incomodados
que não querem mudar, alegam que isso é constrangedor e inútil. Em parte, têm
razão, pois virou moda jovens comprarem cigarros “coloridos”, por unidade, ou
fumarem “narguilé”, cem vezes pior que o cigarro. Provavelmente, isso não
funcionaria nem em rótulos de bebidas alcoólicas.
Quem tem o
vício e não reconhece, dificilmente ficará sensibilizado com esse tipo de
conscientização. Acredita que isso não afeta os outros; que fuma porque gosto;
que é “elegante”...
A ação mais
efetiva foi o advento das leis antifumo, que tiveram ampla e positiva
aceitação, mesmo entre fumantes. No entanto, seus detratores ainda tentam
revogá-las, alegando inconstitucionalidade, discriminação, prejuízo financeiro,
etc.
Mas, e
quanto à prevenção?
Ele deve
ocorrer na infância e adolescência, fase de autoafirmação em que os jovens
correm o risco de buscar “independência” em falsas amizades e, mesmo, nos
exemplos familiares.
Apesar de
ter experimentado cigarro nessa época, não sou fumante. No entanto, meio pai
fumava desde os 8 anos de idade, numa época em que homem cortava cabelo
“americano curto”, usava navalha e fumava cigarro de palha ou sem filtro.
Como ele
trabalhava em três turnos, eu adorava vê-lo fazer barba, entre uma e outra
tragada no cigarro. Aquela mistura de mentol e fumo tinha cheiro de “pai em
casa”!
Ele nunca
nos incentivou a fumar, mas, essa imagem prazerosa potencializava isso. Meu
irmão mais velho fumou, por pouco tempo. Outro, também mais velho, ainda fuma.
No que fui
diferente, quando fumar era tido como um “rito de passagem?
Bem, aos 11
anos vi, na escola pública, um filme no qual um sujeito, após fazer um exame
respiratório, ao acaso, foi informado que estava com o pulmão afetado.
— Porquê? —
perguntou, surpreso, acendendo novo cigarro, para ouvir que a resposta estava
em sua mão... Em seguida, veio a cirurgia para remoção de um pulmão totalmente
enegrecido.
Logo que vi
meu pai, pedi desesperadamente para ele parar de fumar! Não questionei sua
autoridade: só quis livrá-lo do mesmo risco!
Pouco tempo
depois, ele parou de fumar definitivamente.
Depois,
lecionei Informática em cursos da área de saúde e vi trabalhos mostrando os
resultados de acidentes provocados por bêbados e drogados. Terapia de choque,
para não esquecer e evitar!
Será que as
escolas fazem esse tipo de alerta aos adolescentes? Ou alguém considera que
isso seja chocante demais.
Não é melhor
mostrar exemplos dos resultados antes que amigos imbecis, traficantes ou pais
“distraídos” ou convictos de seus “direitos” induzam nossos jovens aos vícios?
Essa ação
educativa precoce contra: fumo, álcool e outras drogas — e, porque não, contra
a corrupção! — seria muito mais eficaz do que imagens em rótulos, para quem já
é dependente!
Adilson
Luiz Gonçalves é membro da Academia Santista de Letras. Mestre em Educação,
escritor, engenheiro, professor universitário e compositor. Ouça textos do
autor em: www.carosouvintes.org.br (Rádio
Ativa / Comportamento). Caso queira receber gratuitamente os livros digitais: Sobre
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