30 de setembro de 2012

Mãos de condão (poesia)

Por Angela Leite de Souza

Quando vejo anjos
de cachos barrocos
fazendo caras e bocas
entre as nuvens do altar
de uma igreja em Ouro Preto,
quando encontro algum profeta
fingindo ser estátua,
ou quando chego perto
dos Passos de Congonhas,
me ponho a imaginar
como foi que Aleijadinho
de suas tristes mãos
fez varinhas de condão
e trouxe para a vida
a arte adormecida
no silêncio da madeira
e da pedra-sabão.

Ângela Leite de Souza é escritora e ilustradora, associada à AEILIJ - Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil, à ABIPRO - Associação Brasileira de Ilustradores Profissionais e à FNLIJ - Fundação Nacional de Literatura Infantil e Juvenil

Um comentário:

  1. Ângela, maravilhosa poesia. É de se fazer um silêncio profundo ao ler cada verso e se vestir do encantamento que a obra de Aleijadinho proporciona.
    Um beijo pra você. Valéria S. Dantas Lopes

    ResponderExcluir