1 de fevereiro de 2012

Edição 52 Janeiro de 2012 - Sérgio Ricardo: “A Sensação de que Tudo Valeu a Pena”

Por Kadu Machado e Marcelo Barbosa

No ano em que Sérgio Ricardo completa 80 anos, o Algo a Dizer republica essa entrevista que fizemos com ele em março de 2008 como uma homenagem a esse grande artista

Cantor, compositor, letrista, pintor, cineasta, entre outros talentos, Sérgio Ricardo vem sendo, cada vez mais, descoberto pelas novas gerações. Não é para menos. Desde a sua participação na bossa nova – junto a nomes como Tom Jobim e João Gilberto – o autor de Zelão tem se constituído num dos mais inquietos e criativos artistas brasileiros. Ainda em plena atividade, com um novo CD a ser lançado nos próximos meses, Sérgio reafirma seus princípios estéticos na entrevista a seguir:


Algo a Dizer – Como foram seus anos de formação em Marília, São Paulo. Você estudou piano clássico, não é? O rádio, em especial a Nacional, influenciou você?

Sérgio Ricardo– Dos 8 aos 17 anos fui pro conservatório de Marilia aprender piano, teoria e solfejo. Aos 17 fui para São Vicente fazer um estágio como locutor, discotecário, etc., na rádio de meu tio Paulo Mansur, Radio Cultura São Vicente, onde desenvolvi profundo aprendizado da música popular e clássica internacional e mais acentuadamente a brasileira. Imitava estilos de pianistas americanos, formando um repertório popular da época, com o que ingressei na noite.

Algo a Dizer – Durante a década de 1950, você começou a tocar na noite. Aqui no Rio, só tinha fera: Tom Jobim, João Donato, Johnny Alf, Dolores Duran entre outros. Como era aquele ambiente musical que precedeu a Bossa Nova?
Sérgio Ricardo – Incrivelmente rico. A Rádio Nacional divulgava a melhor música que se produzia no pais, mantinha orquestras e maestros, e os melhores músicos do pais contratados, e o nível de exigência estética do mercado era enorme. Os artistas que se apresentavam na noite, muitos deles eram oriundos da Radio Nacional, ou estrangeiros: latino-americanos, europeus, americanos, etc.. Não existia televisão, nem a manipulação do sucesso, o que permitia chance a qualquer artista de valor de sobressair-se. Não havia o medo da concorrência e os bons eram cercados pelos iniciantes, e a eles passavam com alegria as informações e lições. Eu fui um desses aprendizes de Johnny Alf, Dik Farney, Lucio Alves, Radamés, Donato, Tom, Newton Mendonça, Caymmi, Garoto, e tantos outros.

(...)


Kadu Machado é advogado e jornalista, editor do Algo a Dizer e membro da Comissão de Ética da direção estadual do PT do Rio
Marcelo Barbosa é doutorando de Literatura da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ) e editor do Algo a Dizer


Leia na íntegra e comente aqui:
http://www.algoadizer.com.br/site/exibirEdicao.aspx?MATERIA=736

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